sábado, 13 de março de 2021

O lápis mágico de Malala Yousafzai

Na semana em que comemorámos o Dia Internacional da Mulher, trazemos aqui mais um livro candidato à eleição de Miúdos a votos: Qual o livro mais fixe? do 1º ciclo, escrito por  uma ainda jovem mulher que importa conhecer pelo seu extraordinário percurso de vida e a sua luta desde menina pelo sonho de querer um mundo melhor.  

A autora tem já alguns livros editados dirigidos a adultos ou adolescentes, mas O lápis mágico de Malala foi pensado para crianças a partir dos 5 anos. Nesta obra Malala conta a história da sua vida e faz a defesa do direito de as raparigas terem acesso à educação, ou seja, poderem ir à escola, coisa que para nós meninas e mulheres portuguesas é difícil imaginar que possa ser proibido!

Também  nos conta  que com o poder da escrita conseguiu chamar a atenção internacional e assim encontrou apoios para a sua causa, encontrando, segundo ela, a "magia que procurava nas minhas palavras e no meu trabalho”Tens de ler o livro e também a biografia de Malala para perceber toda a situação. 

Sobre o ataque que sofreu em 2012, quando foi atingida a tiro na cabeça por elementos do Movimento dos Talibãs do Paquistão, o livro é omisso, estando a informação implícita com Malala a escrever sob um fundo negro:

“A minha voz tornou-se tão poderosa que os homens perigosos tentaram silenciar-me. Mas falharam”.

 Fonte: https://observador.pt

Sinopse

A verdadeira história de uma menina que desejava um mundo melhor. 

Quando Malala era ainda uma criança, no Paquistão, ela desejava ter um lápis mágico para... 
...desenhar uma fechadura na porta do seu quarto para que os irmãos não a incomodassem.
... parar o tempo, e assim poder dormir mais uma hora todas as manhãs.

Mas Malala cresceu e o mundo mudou, bem como os seus desejos. 
Em vez de um lápis mágico, Malala usa agora um lápis bem real para escrever. 

E os seus desejos começaram a realizar-se."


Biografia

Malala Yousafzai nasceu no Vale do Swat, no norte do Paquistão, no dia 12 de junho de 1997. Filha de Ziauddin Yousafzai e de Tor Pekai Yousafzai, ao nascer, nenhum vizinho foi dar parabéns aos seus pais. Em regiões do Paquistão, como no Vale do Swat, só o nascimento de meninos é celebrado. As meninas são obrigadas a se casar cedo, têm filhos aos 14 anos, porém “Malala”, que significa “tomada pela tristeza”, escapou desse destino graças à sua família que sempre apoiou a sua vontade de estudar.

Sua mãe vivia na cozinha, e seu pai, um professor e dono de escola, viu em Malala uma aluna perfeita e, contrariando os hábitos locais, depois de colocar os dois filhos para dormir, estimulava a filha a gostar de física, literatura, história e política e a se indignar com as injustiças do mundo.

A vida seguia tranquila. Malala não passava de uma estudante anónima na escola onde o pai, Ziauddin Yousafzai, era diretor. Mas Malala cresceu e o mundo mudou, bem como os seus desejos.

Entre 2007 e 2009, os talibans lançaram o terror na região. Os talibans usaram os livros religiosos islâmicos (o Corão e a Suna) para dizer o que era proibido e permitido. Mataram muita gente e chicotearam mulheres que não cumpriram a sua lei. Fecharam escolas para raparigas e, nalguns casos, destruíram-nas à bomba.
Em 2009, Malala inicia a sua ação como ativista na defesa dos direitos de educação e dos direitos das mulheres, especialmente no Vale de Swat, onde os talibãs proibiam as mulheres de frequentar a escola.

"Malala começou a escrever num blogue sob pseudónimo para a BBC, relatando de forma detalhada a sua vida sob o domínio dos talibãs e o modo como estes procuravam controlar aquela região, expressando também as suas ideias acerca da promoção da educação no Vale de Swat.

No Verão seguinte, foi produzido um documentário do New York Times sobre a sua vida, à medida que os militares paquistaneses intervinham na região, levando à Segunda Batalha de Swat.

Malala tornou-se então muito conhecida, dando entrevistas à imprensa escrita e na televisão, tendo sido nomeada para o Prémio Internacional da Paz para Crianças por Desmond Tutu, ativista sul africano e Prémio Nobel da Paz.

Em outubro de 2009, os talibãs tentaram assassinar Malala, deixando-a gravemente ferida, o que suscitou uma crítica veemente por parte das autoridades nacionais e internacionais e um grande apoio das mesmas a Malala.

O Enviado Especial das Nações Unidas para a Educação Global, Gordon Brown, lançou então uma petição em seu nome, usando o slogan “Eu sou Malala”, exigindo que, até final de 2015, fossem produzidos esforços mundiais para que todas as crianças pudessem ter educação escolar, independentemente do país em que se encontrassem – uma petição que contribuiu para a ratificação da Lei para o Direito à Educação, a primeira do seu género a ser aprovada no Paquistão.

Posteriormente, Malala venceu o Prémio Nacional da Paz da Juventude, atribuído pelo Paquistão.

Em 12 de julho de 2013, ao celebrar o seu 16.º aniversário e o “Dia de Malala” (declarado pelas instituições da ONU), Malala fez o seu primeiro discurso público desde que foi baleada, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, sublinhando aí a necessidade da educação universal.

Em 10 de dezembro de 2014, Malala venceu o Prémio Nobel da Paz, devido à sua luta contra a discriminação de crianças e jovens, e pelo direito de todas as crianças à educação.”  Fontegulbenkian.pt

Em 2020, com 22 anos, oito anos após sofrer o atentado, Malala Yousafzai concluiu a faculdade de Filosofia Política e Económica, pela Universidade de Oxford.




Outras maneiras de apreciar este livro de história de vida: 

Animação com base no livro:



Para conhecer ainda melhor a história desta menina pelo direito à educação das crianças com um lema que repete nas suas diferentes intervenções: “Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro porque aprender é a verdadeira arma" , vê este vídeo de 2013 em https://ensina.rtp.pt/artigo/malala-a-jovem-paquistanesa-que-defende-as-criancas/.



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Queres aprofundar o teu conhecimento sobre Malala, a sua intervenção ou propor ou desenvolver algum trabalho sobre liberdade face à discriminação, liberdade de pensamento e expressão ou direito à educação?

Consulta o site: 

https://content.gulbenkian.pt/wp-content/uploads/2016/05/29203638/Malala_Yousafzai_PT.pdf



Outras publicações de Malala Yousafzai






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